Transtorno de Personalidade Borderline na visão Fenomenológica Existencial

A fenomenologia existencial oferece uma perspectiva única e profunda sobre o Transtorno de Personalidade Borderline (TPB), afastando-se das abordagens tradicionais que focam apenas nos sintomas e no diagnóstico.

Em vez disso, ela busca compreender a experiência vivida da pessoa com TPB, explorando o significado de seus comportamentos, emoções e relações.

Principais conceitos da fenomenologia existencial aplicados ao TPB:

Estar-no-mundo: A fenomenologia existencial enfatiza que os seres humanos não são entidades isoladas, mas sim seres que existem em relação com o mundo e com os outros. No TPB, essa relação muitas vezes é marcada por dificuldades, como medo do abandono, instabilidade nos relacionamentos e uma sensação de vazio existencial.

Experiência vivida: Em vez de se concentrar em sintomas e diagnósticos, a fenomenologia existencial busca compreender a experiência subjetiva da pessoa com TPB. Isso envolve explorar como ela percebe a si mesma, aos outros e ao mundo, e como ela dá sentido às suas experiências.

Liberdade e responsabilidade: A fenomenologia existencial reconhece que os seres humanos têm a capacidade de escolher como responder às suas circunstâncias. No TPB, essa liberdade pode ser sentida como uma fonte de angústia, pois a pessoa pode se sentir sobrecarregada pela responsabilidade de criar sua própria identidade e dar sentido à sua vida.

Autenticidade: A fenomenologia existencial valoriza a autenticidade, que é a capacidade de viver de acordo com os próprios valores e crenças. No TPB, a busca pela autenticidade pode ser dificultada pela instabilidade emocional, pela dificuldade em manter relacionamentos e pela sensação de não ter um “eu” sólido.

Implicações para o tratamento:

A abordagem fenomenológica existencial do TPB tem implicações importantes para o tratamento.

Em vez de se concentrar em eliminar sintomas, o tratamento busca ajudar a pessoa a:

Compreender sua experiência vivida e dar sentido aos seus comportamentos e emoções.

Desenvolver um senso de identidade mais estável e autêntico.

Melhorar suas habilidades de relacionamento e aprender a lidar com o medo do abandono.

Encontrar significado e propósito em sua vida.

Abordagens terapêuticas:

Algumas abordagens terapêuticas que se baseiam na fenomenologia existencial incluem a terapia existencial, a terapia focada na compaixão e a terapia dialético-comportamental (DBT).

Essas abordagens enfatizam a importância da relação terapêutica, da empatia e da compreensão da experiência subjetiva da pessoa com TPB.

Considerações finais:

A fenomenologia existencial oferece uma perspectiva valiosa sobre o TPB, que reconhece a complexidade e a singularidade da experiência vivida da pessoa.

Ao enfatizar a importância da compreensão, da empatia e da autenticidade, essa abordagem pode ajudar as pessoas com TPB a construir uma vida mais significativa e satisfatória.